Prédio da Câmara de São Raimundo das Mangabeiras. |
Dentre os meus projetos para 2015 — infelizmente não existe a certeza de que algum deles vá prosperar— está a ideia de realizar encontros com pessoas que, assim como eu, enxergam diversos problemas na forma como a sociedade é representada no poder legislativo, principalmente nas câmaras municipais. A ideia do projeto é debater como os vereadores deveriam atuar, fazendo uma relação sobre como de fato eles atuam. Após as discussões em grupo, os principais temas serão levados ao debate com a sociedade por meio dos mais variados veículos de comunicação, de abrangência local.
Dentre alguns dos muitos problemas que poderão ser debatidos, recentemente um chamou a minha atenção. Mas, me causou ainda mais espanto como a sociedade não viu problema em tal fato. A questão em si, que poderia ser um escândalo — caso a sociedade estivesse preparada para o debate político sério—, foi que cada vereador de São Raimundo das Mangabeiras recebeu autonomia para distribuir 7 (sete) lotes em um programa da prefeitura.
Uma grande parcela da população poderá me interpelar: “Mas, qual o problema do vereador ter a autonomia para distribuir lotes aos seus eleitores, ajudando os que não têm moradia?”.
Como resposta, transcrevo uma mensagem que enviei a um dos onze vereadores da cidade: “Olá. Fiquei sabendo que cada vereador recebeu 7 terrenos no novo bairro. isso é verdade?... Se for verdade, acredito que é algo que não deveria acontecer, pois fere a lisura da distribuição e os vereadores perdem o poder de fiscalização, além de ser antiético e favorecer a compra de votos...”.