Diego chegou à cidade no momento em que a delegacia voltou a funcionar no prédio próprio, após uma reforma feita por iniciativa do delegado regional, do promotor de justiça e do juiz, tendo o apoio da prefeitura, câmara de vereadores e de empresários da cidade.
“Esse pessoal daqui, que trabalha aqui, juntamente com órgãos do poder público, fizeram um trabalho de formiguinha, pega uma doação daqui, pegar um saco de cimento dali... Então, realizaram um trabalho brilhante... Ainda falta alguns detalhes por fora, falta uma pintura, falta terminar o muro, mas aqui dentro já nos dá condições para trabalhar e fazer o nosso serviço da maneira que a gente precisa. Sempre falta alguma coisa, não dá pra eu falar para você que está perfeita, uma coisinha ou outra sempre falta, mas que está muito bom, está muito bom sim”, avaliou Diego.
O delegado informou que a delegacia está com cerca de 23 detentos, sendo que, em torno de sete são mulheres. Ele disse que alguns já são condenados e que, tanto estes como os que ainda estão “em procedimento”, deveriam estar em presidio, pois “delegacia não é para abrigar preso”. O delegado disse que a estrutura da delegacia, embora tenha passado por uma reforma, não é a ideal.
“Na verdade, a estrutura, nem de cela, nem de prédio, nem de segurança. Nada é suficiente para suportar esses presos todos. A nossa estrutura aqui, nós temos três xadrez, ela seria para guardar o pessoal enquanto não manda para o presidio, Por exemplo: de um dia para o outro, um final de semana, e jamais para abrigar esse pessoal definitivamente igual nós estamos abrigando aqui”, disse Diego.
Para Schiavini, o governo do estado deveria construir presídios para destinar os presos e que o quadro de funcionários da delegacia também não é suficiente.
“O governo do estado deveria, com urgência, olhar para nós, para construir presidio para tirar esse pessoal. Essa delegacia, por mais que foi feita com muita boa intenção, a segurança dela não tem como você falar que é 100% segura, porque não é. Nós não temos pessoal para cuidar de toda essa gente. Mas, também, não estão sendo maltratados, não estão naquelas condições degradantes que às vezes vocês veem por ai, em outros lugares. Eles têm lugar para ficar, não estão amontoados um em cima dos outros, mas o ideal não é aqui não”.
A cidade de São Raimundo das Mangabeiras estava há bastante tempo sem delegado titular.